um trem que tem uma direção certa e que só vai parar quando alcançar o seu destino
e eu estou dentro dele olhando pela janela
de vez em quando me questiono se é para o lugar que estou indo que realmente quero ir
de vez em quando olho para os lugares por onde passo e a vontade que dá é de descer e ficar lá,
mas acabo não me dando ao benefício da dúvida.
Afinal de contas, o que vou fazer quando descer? Para aonde irei?
Em alguns momentos o tédio da constância me faz querer mudar de direção
outras vezes o medo da incerteza me faz sentir confortável dentro do trem.
Em certas circunstâncias, relaxo e aproveito a vista e a viagem
em outras, no entanto, fico cansada e desejo ter chegado em algum lugar.
Um turbilhão de sentimentos se misturam dentro de mim.
Mas o fato é que continuo dentro do trem.
Não cheguei ainda. Não desci ainda.
Há tempo de decidir. Há tempo de me encontrar.
OBS.: O título é uma alusão a poesia de Gregório de Matos, não é de minha autoria.
