26 de maio de 2015

João 6

Hoje fui ler a passagem de João capítulo 6. Fiquei até sem fôlego: quanto ensinamento em um só capítulo. A narrativa começa com Jesus e seus discípulos atravessando para a outra margem do mar da Galiléia, e a multidão, encantada com os sinais miraculosos de Jesus (principalmente de cura) vai atrás dele.  E após uma tarde de ensinamentos, Jesus multiplica alimento de forma a surpreender a todos. E o versículo 15 diz que o povo estava pretendendo proclama-lo rei à força, e por isso Jesus retira-se de lá.

Como assim Jesus “fugiu” de ser proclamado rei? Afinal, Ele é sim Rei e Senhor. Mas acontece que Jesus conhecia o coração das pessoas, sabia que queriam proclama-lo Rei da maneira delas, motivadas pelo espanto e êxtase dos milagres e ainda mais depois de comerem aquele pão da multiplicação que provavelmente estava muito gostoso. Ou seja: ter Jesus como Rei era para agradarem a si mesmas, enquanto que na verdade ter Jesus quer sim reinar em nossas vidas, mas isso implica justamente no contrário: negar a si mesmo, reconhecer seus pecados, crer no Cristo filho de Deus e viver à disposição dEle.

O capítulo vai e desenrolando e a multidão continua a seguir Jesus, e Ele os alerta no versículo 27 que o reinado dEle não diz respeito a coisas terrenas e agradáveis a nossa humanidade, mas se refere aos propósitos eternos dELE para nós, afirmando que o verdadeiro alimento é Ele próprio, o seu posterior sacrifício e a vida por meio da sua vida. E essa é a deixa para Jesus ensinar tantas verdades do Cristianismo, tais como:

. É Deus quem atrai as pessoas para crer em Jesus:

“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou, o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44)
“E continuou: Por isso eu vos tenho dito que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido” (João 6:65)

. Só temos a vida plena por meio de Cristo  seu sacrifício na cruz:

“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tendes a vida em vós” (João 6:53)

. A nossa parte no que diz respeito a salvação é apenas crer em Jesus:

“Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta, que creiais naquele que ele enviou” (João 6:29)
“Em verdade, em verdade vos digo: Quem crê, tem a vida eterna” (João 6: 47).

Depois de Jesus dizer todas essas verdades, aquelas mesmas pessoas que queriam faze-lo Rei agora “voltaram atrás e deixaram de segui-lo”(versículo 66), e Jesus ainda desafia seus 12 discípulos, questionando se estes também não desejavam deixa-lo, garantindo que quem permanecesse o fizesse entendendo o que significava o reinado de Cristo.

Por fim capítulo termina com a constatação genuína de Pedro que Jesus espera de nós sendo nosso nosso Rei: 
“Para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (João 6:68).
  
Essa afirmação diz de não desejar Jesus pela vida terrena, pelas curas ou pelo pão que Ele multiplicou, mas pela vida eterna, que só encontramos nEle e que é caracterizada em em João 17:3: “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”