20 de novembro de 2023

Texto em comemoração aos meus 30 anos

Ei, gente!

Essa pessoa que vos fala hoje faz 30 anos. E não, não foi “De repente 30” , foram 10957 dias de vida. E eu queria pedir licença, para dividir com vocês o sentimento de estar aqui hoje, com muita gratidão.

Não dá pra começar esses agradecimentos sem pensar: caramba, como Deus é bom! Não só pela a vida, família, saúde e amigos, mas especialmente porque ele traz sentido a essa existência de quase 11 mil dias. Uma graça surpreendente, que por meio da sua Palavra, de Jesus e das pessoas, me dá fundamentos, pertencimento e direção.

As primeiras horas desses 30 anos já foram marcadas por Maria e Teda. E novamente só me vem: Caramba, como Deus é bom! Mãe e pai, eu amo vocês. E sou imensamente grata pelo cuidado, renúncia, paciência, exemplo, carinho, parceria e amor. Não são palavras aleatórias, eu sei e recebi de vocês cada uma delas: cuidado, renúncia, paciência, exemplo, carinho, parceria e amor. E logo em seguida veio Dedé. Alguém para eu dividir os pais, os brinquedos, mas especialmente, a vida. André não está aqui para arrasar cantando Black Eyes Peas no karaokê, mas esses 30 anos foram tão mais recheados (de brincadeiras, brigas, musicas, coisa besta e cultura) por conta dele. Te amo, irmão. Mãe, pai e Dedé, obrigada por nossa casa ter sido um lugar seguro, mesmo que o nosso conceito de casa não ter um endereço tão fixo, já que a gente se mudou pelo menos 7 vezes só lá em Ipatinga, e depois eu mudei para 230 km de distância, e depois vocês passaram 9 anos a 7mil km de distância.

E cada um de vocês, amigos e familiares. Essa caminhada ficou tão mais feliz porque ela foi acompanhada de pessoas.  E mais bonito de ver, é essa reunião hoje envolve pessoas das mais diversas etapas. Gente da minha segunda série, quando minha cantora preferida era a Sandrinha; amigas da Pibani; amigas do ensino médio (essa já é a fase Apocalipse 16); amigas da faculdade e amigos da célula (fase bh); e os amigos que o Senhor me presenteou em 2023 da Ponte. Obrigada por caminharmos juntos, por dividirmos os dias (sorrindo ou chorando) e por me ensinarem. Como eu amo um “bora ali?” Cada um aqui é, com sua particularidade uma forma palpável do cuidado de Deus nesses 30 anos.

E é isso, gente. Confesso que a imaginação muito fértil da Beatrice de 10 anos de idade não conseguiu traçar o que seriam 30 anos. Faça uma análise combinatória de dias de: de sorrisos, amigos, lanches, música, terapia, escrita, praia, séries, aprendizados, viagens, amores, pudins, trabalho, aula de surf (2 horas de 11 mil dias mas merece menção), leituras, realizações, perdão, Choro, medo, dor, angústia, insuficiência, vacilos, erros, perdas, pecado, desespero, indiferença, coração partido, ansiedade, caminhadas. Tudo isso misturado, acho que assim chegaremos aos quase 11 mil dias de vida.

É massa olhar e perceber que é a soma desses dias ordinários com Deus + essas pessoas que o Deus colocou à minha volta que são esses 30 anos.

Quero terminar com um poema da Adélia Prado, que me acompanhou esses dias de reflexão sobre a vida, o tempo das coisas e a beleza do ordinário, se chama Meditação À Beira de Um Poema

 Podei a roseira no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez
que se deve esperar biblicamente
pela hora das coisas.
Quando abri a janela, vi-a,
como nunca a vira,
constelada,
os botões,
alguns já com o rosa-pálido
espiando entre as sépalas,
joias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com os limites do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizaram-se
diante do recorrente milagre.
Maravilhosas faziam-se
as cíclicas, perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá
do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,
punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corolas
e acreditai: perfumes.
Só porque é setembro (e eu adapto: só porque é novembro)