Minha história foi cercada por rigidez, por: eu "tenho que" ser dessa forma, "tenho que" me comportar daquela forma, atender às expectativas que existem sobre mim... Faz pouquíssimo tempo que eu comecei a me despir desses "tenho que", e aprender a ouvir o que disso tudo faz sentido para o que eu acredito, o que disso eu consigo sustentar. Aos poucos, saindo da rigidez.
Mas adentrar a espontaneidade é um caminho ainda a trilhar, confesso. E assim eu sigo buscando graça de Deus para o equilíbrio nessa dinâmica. E isso me fez lembrar a aula de surf que fiz em abril. Como eu só fiz uma aula, o professor focou em ensinar como levantar na prancha para tentar pegar uma pequena onda. Nós passamos uns 10 minutos na areia, aprendendo o passo a passo, o procedimento padrão para ficar de pé na prancha. Decorei a teoria, porque isso a pessoa rígida sabe fazer. Mas então chegou a hora de ir para o mar. E o conselho do professor foi: "sinta a onda te levando, usa o braço para equilibrar e segue o ritmo da onda".
No mar, o procedimento decorado não é suficiente. No mar, o fator onda te encontra, e te obriga a ir no ritmo dela. Para minha surpresa, não é que deu certo? Em um mar frio, junto a uma onda pequenininha, veio a diversão. Foi uma das melhores sensações da minha vida, me deixar seguir o ritmo daquela onda...
Ilustração: Michi Pichel